Olá pessoal!
Nesta semana, trago a primeira coluna de exercícios de técnica, na qual abordarei diversos pensamentos sobre o desenvolvimento de uma técnica mais precisa para as mãos direita e esquerda.
Este material faz parte de um acervo produzido por mim, relacionado às minhas pesquisas sobre contrabaixo, análise e teoria musical.
Para mais informações, entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com
Começamos com uma pequena história que busco em minha memória. Quando iniciei os estudos no contrabaixo, por volta do ano de 1994, existiam inúmeras vídeoaulas e muitos métodos que falavam sobre técnicas. Mesmo assim, procurei um professor na minha cidade, e lembro da primeira aula de contrabaixo que fiz. Sabe o que o meu professor me passou?
- Sim, um exercício para as mãos, mas não foram as famosas digitações 1234 que todos nós conhecemos. Foi um exercício que coloquei nesta edição (exercício 12). Ainda lembro das indicações que me foram passadas:
- Preste atenção e tente não levantar os dedos. Você levanta muito os dedos e perde velocidade. Assim, você não vai conseguir tocar como o Billy Sheehan ou o John Myung. Sim, naquela época, esses dois baixistas eram os grandes ícones do rock 'n' roll para um garoto de 17 anos aficionado por contrabaixo.
E ainda existe aquela velha discussão de técnica x feeling. As pessoas têm que entender que um não anula o outro. Você precisa ter uma boa técnica para executar aquilo que a música pede. Se você for como o Jeff Berlin ou o John Patitucci, que pensam em fraseados suando a colcheia em 240 bpm, realmente vai precisar de uma ótima técnica para executar o que a sua música está pedindo.
Vamos ver o que Robert Fripp, guitarrista do King Crimson, diz sobre o estudo de técnica em seu livro Guitar Circle, lançado em 2023. *Para adquirir o livro, você pode clicar nesse link: Livro - Guitar Circle - Robert Fripp
Obviamente, adaptamos para o estudo do Contrabaixo:
- Para ser verdadeiramente um contrabaixista, é preciso praticar pelo menos uma hora por dia.
- Procure um horário semelhante todos os dias;
- Defina um horário - se for maior ou menor que 60 minutos, cumpra-o;
- Reconheça o Início e o Término da Prática do Contrabaixo;
- Comece com um objetivo, saiba o que vai praticar e por quê;
- Preste atenção na postura;
- O Contrabaixo vem para o corpo;
- Altere as cordas sempre que necessário;
- Equilibre a prática da técnica do contrabaixo com outros tópicos como: exercícios primários, estudo de escalas, repertório e diversão. (FRIPP, 2023)
Colocada a importância de se ter a técnica em dia, vamos aos nossos estudos. Eu preparei um guia desde o início, pois ao dar o meu exemplo lá em cima eu já deixei em aberto um problema que encontro em muitos estudantes. Eles estão digitando os mesmos tipos de frases sem criar as variações de movimentos que a combinação de notas pode proporcionar. Então, se você quer realmente colocar a mão no lugar, comece fazendo todos os exercícios propostos em 60 bpm, passe por todos. Eles estão em ordem de dificuldade e organizados de maneira adequada para te proporcionar uma evolução nos movimentos. Aumente os bpms de 4 em 4, e o limite do andamento é o que você conseguir. Tente sempre variar as rítmicas. Quem acompanha as colunas para contrabaixo de 6 cordas que produzo percebe o quanto digo para treinar sempre em semínimas (1 nota por tempo nos compassos de 2/4, ¾ e 4/4), colcheias (½ tempo), tercina de colcheia (1/3 do tempo) e semicolcheia (¼). Assim, conseguirão dominar tanto a unidade de tempo quanto as subdivisões mais comuns. Separe no mínimo meia hora dos seus estudos para aprimorar a sua técnica sempre que possível e tente estudar no mínimo 3 vezes por semana. Anote em uma tabela o número do exercício estudado, a subdivisão e o andamento. Vocês perceberão a evolução em menos de um mês (o Fripp sugere uma hora por dia, mas podemos separar para estudar outras coisas como frases, escalas, arpejos, etc.). Vamos lá.
PARTE 1 – EXERCÍCIOS ELEMENTARES PARA MÃO DIREITA
Os exercícios 1, 2 e 3 foram elaborados para a mão direita, alternando os dedos "i" (indicador) e "m" (médio), como indicado entre a partitura e a tablatura. Posicione os dedos onde se sentir mais confortável; alguns preferem tocar próximo à ponte (como Jaco Pastorius e Steve Harris), outros próximo ao braço (como Geezer Butler e Cláudio Bertrami), enquanto alguns escolhem uma posição intermediária (como John Myung e John Patitucci). A posição intermediária oferece uma sonoridade mais híbrida, combinando agudo da ponte e grave do braço.
Utilize sempre o toque com apoio. Na primeira, o dedo ataca a corda, e na segunda, ele descansa na corda superior. Esse toque é crucial para manter uma pegada segura e firme. Se você gosta de explorar diferentes sonoridades, pode incluir o estudo da palheta nestes exercícios para a mão direita, alterando a combinação "i" e "m" para palhetadas para baixo e para cima.
Exercício 1:
Neste exercício, toque quatro notas em cada corda.
Exercício 2:
No exercício 2, toque três notas em cada corda. Observe que cada corda começa com um dedo diferente da mão direita, mantendo a alternância nos dedos.
Exercício 3:
No exercício 3, toque duas notas por tempo.
Pratique esses exercícios com regularidade, começando em um andamento confortável e aumentando gradualmente. Mantenha a atenção na alternância dos dedos e no toque com apoio para desenvolver uma técnica sólida na mão direita.
Lembrando que este material faz parte de um acervo produzido por mim, relacionado às minhas pesquisas sobre contrabaixo, análise e teoria musical.
Para mais informações, entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com
Bons estudos e até a próxima coluna!
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