sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Artigos e Resenhas - Edilson Hourneaux - Captadores: Corrida Decibélica - Parte 1.1


Olá pessoal!
Nesta semana temos mais um artigo para esta coluna, na qual eu coloco matérias escritas por profissionais gabaritados e que tem a minha confiança e que serão úteis para os estudantes e apreciadores de música.
E para este mês temos o sensacional luthier de Santos, Edilson Hourneaux e uma matéria especial sobre captadores. Esta e outras matérias podem ser encontradas no site do grande luthier que se encontra neste link:
https://laboratoriodeluthieria.wordpress.com/

Já a matéria deste mês se encontra completa neste link:
https://laboratoriodeluthieria.wordpress.com/2017/09/25/captadores-parte-1-corrida-decibelica/

Então vamos a primeira parte desta matéria:

Captadores – parte 1: Corrida decibélica


O captador é a resposta a uma antiga necessidade dos músicos de cordas: volume!

E esta necessidade se mostrou presente logo no primeiro instrumento: o arco musical, que descende do arco de caça.
Logo após sua idealização como instrumento musical, surge a ideia de se instalar um recipiente em sua base, que podia ser um crânio de animal envolvido em couro ou uma cabaça, com o intuito de amplificar o som do instrumento.
A partir dessa primeira variação do arco musical, acontecida por volta de 12.000 anos a.C.,  já considero iniciada uma corrida que resultaria nos captadores magnéticos.

A arte da luthieria visa alguns objetivos específicos: ergonomia, estética visual, timbre e projeção sonora (este último, um dos objetos de estudo deste artigo).

Desde sempre, podemos analisar o histórico de determinada família de instrumentos e constatar aprimoramentos em sua estrutura, na maioria dos casos, para beneficiar a projeção sonora.

Os benefícios da projeção sonora são conseguidos através da manipulação das vibrações da caixa de ressonância, que tem por objetivo expulsar a maior quantidade possível de ar do interior do instrumento.

Por sua vez, a manipulação das vibrações são conseguidas, entre outras coisas, através da combinação entre tensão de cordas, tamanho da caixa de ressonância e espessuras de madeiras.

Com relação às madeiras, é imprescindível que estas sejam de qualidade inquestionável, conhecidas como “tonewoods”, e que haja uma combinação de resistência com elasticidade.

Em muitas situações, para que o instrumento tenha uma boa projeção sonora, é necessário abdicar de certas nuanças e sutilezas de timbre.
Também, há casos, na história da música, de surgimento de novas identidades sonoras (timbres) e linguagens musicais em decorrência da busca por maior projeção sonora.
Em outras palavras, a coexistência de determinado timbre e boa projeção sonora no mesmo instrumento nem sempre é algo simples de ser conseguido.
De uma forma ou de outra, um sempre será consequência do outro e o ideal é que se busque, sempre, um equilíbrio entre os dois.

É notório que a evolução dos instrumentos musicais, até os dias atuais, foi uma longa e gradual caminhada, onde os passos aconteciam a partir de ideias inspiradas nas limitações dos instrumentos da época.
Mas, em minha humilde opinião, 3 instrumentos, em especial, são os grandes marcos, os maiores “check points” da história da música e dos instrumentos musicais.
Cada um deles foi “o primeiro” em algum detalhe que desencadeou todo um processo evolutivo, gerando grandes saltos nos avanços tecnológicos e propondo soluções que se tornaram definitivas e mudaram para sempre os rumos da genealogia musical, no que diz respeito à busca pela melhor projeção sonora.
Eles são o arco musical, o alaúde e a vihuela.

Na próxima coluna do Edilson veremos a continuação deste artigo.
Um abraço e bons estudos!

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