Olá pessoal!
Nesta semana temos mais um artigo do luthier de Santos, Edilson Hourneaux e a quinta parte da coluna sobre construção de instrumentos. Esta e outras matérias podem ser encontradas no site do Edilson que se encontra neste link:
Já a matéria deste mês se encontra completa neste link:
Então vamos a quinta parte desta matéria:
Gibson
Orville H. Gibson sempre trabalhou com estéticas incomuns, mas seus instrumentos possuíam um diferencial muito mais significativo: o tampo e o fundo feitos com madeira maciça escavada, conhecidos como arched top e arched back side, respectivamente. Ao contrário de outras empresas de sua época (de acordo com a prática comum, as laterais dos violões e guitarras são lâminas planas de madeira que, quando expostas ao aquecimento intenso, de 150 a 200 graus Celcius, suas fibras amolecem e se flexibilizam de tal maneira que permitem a deformação na forma das curvas laterais do instrumento, de maneira relativamente fácil), Gibson também esculpia as laterais, acreditando que madeiras não tensionadas e não deformadas possuem características vibratórias superiores.
Ele já tinha observado a construção de violinos e concluído que estes instrumentos tinham ótima projeção sonora, também, graças às madeiras escavadas.
Consultei o luthier Régis Bonilha sobre a afirmação de Gibson. Bonilha diz que, segundo sua experiência, instrumentos com tampo tensionado proporcionam maior volume para cordas beliscadas, seja com plectro (palheta) ou com os dedos. Instrumentos escavados oferecem melhor resultado para cordas friccionadas.
Além disso, Gibson trabalhava com tamanhos muito maiores do que os padrões da época.
Esses instrumentos, conhecidos como “Grand Concert”, eram sinônimo de glamour e excelência na sonoridade.
As alterações de projeto resultaram num instrumento com muito mais volume e qualidade sonora.
O primeiro Grand Concert conhecido foi o Style O, de 1902.
Outro grande destaque foi o L-4, lançado em 1912.
Mas o instrumento que redefine o conceito de Grand Concert foi a guitarra modelo L-5, apresentada em 1922.
Este foi o primeiro arched top com f-holes e logo se tornou objeto de desejo entre os músicos de jazz da época.
Outras novidades presentes na L-5 foram o reposicionamento da escala, que ficou mais alta e longa e o aumento da medida de escala, que adicionou mais tensão às cordas, melhorando a sonoridade e a projeção.
A L-5 fez parte da série Master Line Master Tone, que agrupava, junto com ela, a mandola H-5, o mando-cello K-5 e o mandolin F-5: o time de elite da Gibson, no início da década de 1920.
Espero que estejam curtindo as colunas do Edilson Hourneaux. Na próxima coluna veremos a continuação deste artigo.
Um abraço e bons estudos!
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