sábado, 24 de abril de 2021

Artigos & Resenhas - Compacto Simples "Trilha" / Cosmo Drah - Por Luiz Domingues

 

Olá pessoal! 


Estamos de volta com mais uma coluna Artigos e Resenhas aqui no nosso site. Dessa vez o sensacional Luiz Domingues nos fala sobre o compacto "Trilha" da banda Cosmo Drah. 


A matéria original pode ser encontrada neste link.


http://luiz-domingues.blogspot.com/2019/05/compacto-simples-trilha-cosmo-drah-por.html


Lembrando que o nosso amigo possui três blogs diferentes que estão nos links abaixo.

http://luiz-domingues.blogspot.com.br/

http://blogdoluizdomingues2.blogspot.com.br/

http://luizdomingues3.blogspot.com.br/


Um breve release do Luiz feito pelo próprio:


Sou músico e escrevo matérias para diversos Blogs. Aqui neste Blog particular, reúno minha produção geral e divulgo minhas atividades musicais. Como músico, iniciei minha carreira em 1976, tendo tocado em diversas bandas. Atualmente, estou atuando com Os Kurandeiros.


Sem mais, vamos ao texto do Luiz:


Compacto Simples "Trilha" / Cosmo Drah - Por Luiz Domingues


O Cosmo Drah é uma banda vigorosa e obstinada em sua busca incessante para obter as melhores vibrações do Rock produzido em seu período de ouro, ou seja, o dito “Late 60’s/Early  70’s. 

Nesses termos, é bom que fique bem claro, para adotar tal predisposição artística, não basta apreciar tal estética. deixar o cabelo crescer e procurar figurino de época pelos brechós da cidade, tão somente, para que tudo saia dentro do esperado.

E nem mesmo saber tocar e cantar bem (esta, por sinal, é uma condição sine qua non para poder executar tal tarefa a contento), mas sobretudo, para quem aventura-se nessa determinação em soar dessa forma, é necessário ater-se em outros detalhes inerentes, tão vitais quanto, e acima de tudo, precisa capturar a essência dessas “boas vibrações” e isso não aprende-se em escolas, por tratar-se de uma capacidade anímica, que depende exclusivamente em estar sintonizado no ponto exato onde essa conexão possa ser estabelecida, ou melhor, restabelecida. 

Pois o Cosmo Drah tem essa capacidade, certamente e a cada trabalho que esse grupo lança no mercado, reafirma-se tal expressividade com adendos, pois além de tudo, trata-se de uma banda que apresenta um nível técnico e artístico, muito grande. 

O Cosmo Drah em ação ao vivo, no palco do Sesc Belenzinho em São Paulo, no ano de 2019, por ocasião do show de lançamento do seu novo compacto. Foto: Isabella Piantra

Eis que após o seu excelente CD inicial, homônimo, lançado em 2015, a banda apresenta mais duas canções inéditas e lançadas, sim, em formato de um compacto de vinil de 7 polegadas, nada mais vintage, portanto. 

Nesse compacto simples, denominado: “Trilha”, as músicas apresentadas são: ”Pense” (Contracorrente) e “Trilha”. Trata-se de dois exemplos clássicos de Hard-Rock, bem do início dos anos setenta, com grande desenvoltura instrumental e vocal em ambos os casos, e também a conter arranjos muito bem engendrados. Gostei muito da performance da banda, e da felicidade pelos timbres observados, um ponto de honra para quem envolve-se com sonoridade vintage, é bom frisar. E não obstante os membros da banda serem meticulosos nesse sentido e ostentar grande conhecimento técnico sobre áudio (os irmãos Amorim, por exemplo, mantém uma prestigiada oficina de Luthieria para instrumentos e consertos de amplificadores e acessórios em geral, na zona sul de São Paulo), o fato foi que obtiveram o apoio decisivo de dois técnicos de som que também são bons músicos, professam dos mesmos valores musicais e ambos, são detentores de avantajados conhecimentos técnicos, casos de Lennon Fernandes (captura e mixagem) e Renato Coppoli (masterização), portanto, o áudio com tal sonoridade ficou garantido neste trabalho. 


Sobre a capa principal, nota-se uma belíssima ilustração, assinada por Camila Kury. Trata-se de um pequeno caminho construído em pedras, cercado por uma vegetação exuberante e certamente a sugerir a ideia da “trilha” defendida pela banda. Gostei muito da opção da artista ao ter usado conceito do preto & branco, pois a despeito da cor ser a opção lógica e na suposição de que igualmente teria ficado lindo, pela certeza da representação lisérgica iminente, ao usar o conceito PB, a artista visual, trabalhou com as matizes sutis a envolver o prata e o grafite, além de ter observado com criatividade o uso de luz e sombra. 



Na contracapa, existe uma bonita estilização do logotipo da banda, a envolver as fotos individuais dos seus componentes e uma ficha técnica sobre a produção do álbum, sucinta. O projeto gráfico ficou a cargo do genial artista plástico, Diogo Oliveira 


Sobre as faixas, tenho a observar mais alguns detalhes. Ouça a canção: “Pense” (contracorrente), enquanto lê o que tenho a dizer sobre ela. 



“Pense” (contracorrente) 


Gostei muito da levada inicial em um bem usado compasso sob fórmula 6/8, onde a pontuação rítmica dos três instrumentos primordiais, baixo, guitarra e bateria, mostrou-se extremamente bem encaixada. A aproveitar tal sutileza no arranjo, realçou-se os timbres respectivos dos instrumentos ao revelar-se excelentes, um adendo positivo a mais, portanto. 

Há uma parte B mais acelerada e que encontra-se alojada sob o clássico compasso em 4/4, o que garantiu um diferencial. Contém uma melodia dura, bem no padrão do Hard-Rock setentista, todavia, mostra-se muito boa e a observação dos backing vocals, muito oportuna. 

Sobre a letra, escrita pelo vocalista, Rubem Yanelli, em parceria com o baterista, Renato Amorim, o mote é em tom crítico, a abordar a dispersão das pessoas em meio a uma sociedade que massifica, mastiga e cospe as pessoas, a negar-lhes o direito a pensar e agir por si mesmas. Há um solo excelente de Anderson Ziemmer, gostei bastante do uso do Wah-wah.



"Trilha"


Muito bom o riff primordial, a dar início à canção. Gosto da desdobrada que só realçou a beleza da linha melódica, abrilhantada pelo bom uso da segunda voz, em harmonia. 

Adorei o fraseado da parte C, como ponte a abrir caminho para o solo (ótimo). Como não deixar de elogiar a parcimônia usada no tocante ao reverber geral? Uma gravação seca, sem aquela pasta indecente que conspurca o áudio, em contraponto ao que acostumou-se a chamar-se: “padrão Pop”, ou para deixar bem claro, o Cosmo Drah não busca esse caminho e... ainda bem! 

Palmas para a banda e para os técnicos, Lennon Fernandes e Renato Coppoli, por tal decisão sábia.


De costas, o técnico e multi músico, Lennon Fernandes, a trabalhar no Docestúdio, na produção do compacto "Trilha", do Cosmo Drah


Técnico de gravação (captura) e mixagem : Lennon Fernandes (Docestúdio)

Técnico de masterização: Renato Coppoli (Áudio Freaks!)

Capa (ilustração): Camila Kury

Projeto gráfico e logotipo: Diogo Oliveira

Selos: Melômano Discos e Parafuseta Records


Formação do Cosmo Drah:

Elton Amorim: Baixo

Ruben Yannelli: Vocal e guitarra

Anderson Ziemmer: Guitarra; voz e percussão

Renato Amorim: Bateria e percussão 


Músico convidado:

Fabrício Arcanjo Pejome: Backing Vocals em “Trilha”


Sobre o Cosmo Drah, a minha recomendação é automática, ao dispensar maiores elucubrações. Trata-se de uma banda excelente, honesta em seus princípios, perseverante e formada por pessoas da melhor qualidade, portanto, tem a minha admiração.


Para conhecer melhor o trabalho do Cosmo Drah, acesse o seu 

Canal do You Tube: 

https://www.youtube.com/channel/UCQV9OvrbJnNDSLeg1nvfguw 


Página do Cosmo Drah no Facebook: 

https://www.facebook.com/cosmodrah/ 


Contato direto com a banda:

cosmodrah@gmail.com 


Os álbuns da banda estão disponíveis em plataformas digitais tais como: bandcamp; onerpm e outras.

É isso aí!
Grande abraço e até a próxima.

2 comentários:

Cleber Lessa disse...

Satisfação imensa apreciar as resenhas do mestre Luiz Domingues sempre, mais ainda quando a banda em destaque é nada menos que a Cosmo Drah, que desde 2006 faz parte das minhas bandas preferidas, tive o prazer e oportunidade de adquirir esse compacto em vinil, em um dos shows de lançamento que fizemos no Santa Sede Rock Bar...parabéns pela resenha meu amigo Luiz, parabéns aos amigos do Cosmo Drah além de todos que trabalharam na produção desse compacto...saude e sucesso a todos...sempre!!!Grande abraço

femtavares disse...

Aeh Cleber!!!
Somos testemunhas vivas da sua luta pela cena autoral de SP. A nossa forma de contribuir é assim. Torcendo para que voltemos a ter o SANTA de volta. Grande abraço!