Olá pessoal!
Nesta semana temos a transcrição com texto da música "Sweet Little Angel" de B.B. King que saiu no álbum Live at the Regal de 1965 e conta com o baixista Leo Lauchie.
Durante anos eu escrevi para publicações relacionadas ao contrabaixo. E atualmente trabalho como pesquisador e professor e divulgo as minhas pesquisas nesta área.
Essa música faz parte da minha coleção de transcrições e análises de baixistas de diversos estilos.
B.B. King - Sweet Little Angel
Álbum: Live at The Regal (1965)
Baixista: Leo Lauchie
Transcrição: Fernando Tavares
O álbum “Live at The Regal” é considerado uma das maiores obras primas do Blues, ele foi gravado em Novembro de 1964 e lançado no ano posterior. Contando com Leo Lauchie no contrabaixo temos a canção Sweet Little Angel analisada e transcrita na íntegra.
Esta canção é um Slow Blues utilizando a fórmula de compasso 12/8 e foi construída com a harmonia característica de um Blues de 12 compassos Fast Change, em Db maior. Para melhor entendimento lembramos que um Blues Fast Change é construído através dos graus I – IV – I – I – IV – IV – I – I – V – IV – I – V.
Os 12 compassos são repetidos cinco vezes, ou seja, são tocados cinco chorus, sendo um chorus para a introdução, três chorus para as bases de voz e um para o solo de guitarra. No final ele executa um trecho da sequencia e já entra a próxima canção do álbum.
As frases são construídas utilizando determinados padrões como veremos nos exemplos à seguir. No compasso 2 foi utilizada a tríade como base para a construção da frase. Já as aproximações cromáticas são apresentadas no compasso 3. Nos compassos 4 e 5 são utilizadas as pentatônicas dos respectivos acordes.
Utilizando-se destas ideias como alicerce, o baixista cria diversas ideias melódicas para a sua linha de contrabaixo. Vale chamar a atenção para o sinal de semicolcheia em tercinas no começo da trancrição que significa que devemos tocar as semicolcheias suingadas e não “uniformes” como tocaríamos em outras músicas. Podemos ver a sua aplicação de forma precisa no compasso 8.
Me agrada muito a linha construída por Lauchie para o último chorus da base de voz, pois nesta sequencia ele cria muitas variações para a sua linha de baixo. Tocar um blues não requer nenhum virtuosismo, porém, requer um bom gosto e um conhecimento bem profundo da linguagem do estilo. É muito legal perceber músicos que conseguem criar linhas cheias de variações respeitando os conceitos do estilo em que ele está trabalhando.
Esta é uma linha que vale a pena estudar e ter como referencia para criar linhas para os Slow Blues.
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