Olá pessoal!
Nesta semana apresentamos a segunda parte de uma matéria feita para a edição número #5 da Revista Bass Player Brasil sobre o sensacional baixista Billy Sheehan que tocou com diversas bandas, sendo que ficou famoso por ter trabalhado com Steve Vai e David Lee Roth e nas bandas Talas e Mr. Big. Atualmente toca, entre outros trabalhos, com o The Winery Dogs, que é um power trio de rock formado por Sheehan, Mike Portnoy (Bateria) e Richie Kotzen (Guitarra e Voz).
Essa matéria faz parte de uma coleção de mais de 240 publicações feitas para revistas de contrabaixo e que eu tenho divulgado aqui no site.
Para ver as outras matérias que publiquei, vocês podem acessar o link
http://www.femtavares.com.br/p/midiaimpressa-fernandotavares-sempre.html
Para quem quiser conferir a primeira parte, pode encontrá-la no link
http://www.femtavares.com.br/2023/05/baixista-do-mes-o-estilo-de-billy.html
Estas aulas são parte de um acervo produzido pelo autor e que estão relacionadas as suas pesquisas sobre contrabaixo, análise e teoria musical.
Para maiores informações entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com
O estilo de Billy Sheehan – Parte 2
Nascido William "Billy" Sheehan em 19 de março de 1953 é considerado um dos mais baixistas mais importantes do Hard Rock nos anos 1980. Ele tocou com Steve Vai e David Lee Roth e nas bandas Talas e Mr. Big.
Ele tem diversas peculiaridades técnicas como a utilização de três dedos na técnica de pizzicato, os tappings no estilo do guitarrista Van Halen, enre outras.
Nesta matéria escrita originalmente para a revista Bass Player Brasil, o estilo de Sheehan é mostrado em 14 trechos de canções de diversos álbuns do Mr. Big e de outros trabalhos. Neles buscamos mostrar todas as variações técnicas e melódicas utilizadas pelo músico. A matéria está dividida em três partes para facilitar o estudo daqueles que acompanham as colunas no site.
Exemplos
Green-Tinted Sixties Mind do álbum Lean Into It – Mr. Big
Na base de voz, Billy Sheehan utiliza os intervalos de Fundamental e Terça do acorde de Mi tocados simultaneamente, assim como os intervalos de Fundamental e Quarta para o acorde de Esus4 no primeiro compasso. Já no segundo compasso são tocados os intervalos de Quarta e Sétima sobre o acorde de E7sus4 e depois de Fundamental e Quinta para o acorde de E5, esta sequencia é repetida nos compassos posteriores variando apenas a oitava em que são executadas as notas do quarto compasso do trecho. A partir do oitavo compasso se inicia uma base mais simples utilizando apenas a levada em colcheia com as notas do baixo do acorde.
Seven Impossible Days 1 do álbum Japandemonium – Mr. Big
Esta música tem a fórmula de compasso em 6/8 como a primeira característica destacada. Na construção das suas frases, basicamente são trabalhadas as Fundamentais e Oitavas e a mesma ideia é utilizada quando ocorre alguma inversão no acorde, veja os exemplos nos tempos 4, 5 e 6 do primeiro compasso. No quarto compasso o baixista faz uma frase utilizando as notas da Tríade de Mi Maior com a adição da Quarta do acorde. Em seguida, no quinto compasso (acorde de G) e no sexto compasso (acorde de A7) ele utiliza a escala da tonalidade (Ré Maior) para construir a frase. Para encerrar o trecho é utilizada a Pentatônica de Ré Maior.
Seven Impossible Days 2 do álbum Japandemonium – Mr. Big
Este exemplo corresponde ao solo de baixo executado na música. Nele o baixista trabalha essencialmente com a escala do tom (Ré Maior), com exceção do quarto compasso em que é utilizado um acorde que não faz parte da tonalidade, o acorde de E que funciona como um V/V, e nele Sheehan explora a Tríade deste acorde. As articulações são a parte mais interessante deste trecho, pois são utilizados ligados e slides para executar suas frases e dar um brilho maior ao solo. Nos dois últimos compassos do trecho o baixista utiliza a Pentatônica de Ré Maior para construir a frase que finaliza o solo.
Shy Boy 1 do álbum Eat 'Em & Smile - David Lee Roth
Este exemplo corresponde ao refrão da música e nele o baixista utiliza a Fundamental de cada acorde nos dois primeiros compassos do trecho. No terceiro compasso o baixista mantém um baixo pedal em Dó enquanto a guitarra repete os acordes do primeiro trecho. Na sequência, no quarto compasso, o baixista faz uma frase com a Pentatônica de Fá Maior, para em seguida, no quinto compasso utilizar uma repetição do primeiro compasso. No sexto compasso a frase é feita com a Pentatônica de Ré Menor, e posteriormente, no sétimo compasso o baixista utiliza bicordes (acordes de T e 5). Por fim, no oitavo compasso a frase é feita utilizando a Escala Blues de Ré Menor. Os outros compassos do trecho utilizam as mesmas ideias com pequenas variações nas frases e sem a frase do oitavo compasso.
Shy Boy 2 do álbum Eat 'Em & Smile - David Lee Roth
Este trecho corresponde ao dueto feito por Steve Vai e Billy Sheeham utilizando a técnica de Two-Hands. O padrão do two-hands executado pelos músicos é bastante complexo e tocado em um andamento muito rápido, além de que este padrão exige uma atenção maior em relação à mão esquerda. O padrão é executado ordenadamente com um Tapping na mão direita (nota Ré) seguido por três pull-off para as notas Dó, Si bemol e Lá, posteriormente um Tapping na nota Si bemol e em seguida um pull-off para a nota Lá e dois hammer-on para as notas Si bemol e Dó.
Esta é a segunda parte da coluna deste grande baixista do hard rock.
Você pode conferir a primeira parte da matéria neste link.
Lembrando que esta matéria foi publicada originalmente na edição 5 da revista Bass Player Brasil.
Abraços e até a próxima coluna!
Fernando Tavares é pesquisador, professor e contrabaixista. Contribuiu com diversas publicações para revistas especializadas em contrabaixo e hoje é membro do LAMUS (Laboratório de Musicologia da EACH-USP Leste), do CEMUPE (Centro de Musicologia de Penedo) e do LEDEP (Laboratório de Educação e Desenvolvimento Psicológico da EACH-USP Leste).
É Mestre e Doutorando em Musicologia pela ECA-USP e é bolsista da CAPES.
"O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001
"This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code 001"
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