Olá pessoal!
Estou aqui hoje para falar do trabalho "O schema Le-sol-fi-sol como figura de crucificação nos motetos de semana santa de Padre José Mauricio Nunes Garcia" apresentado no IV Congreso ARLAC/IMS que ocorreu entre os dias 05 e 09 de Novembro de 2019.
Evento: IV Congresso da ARLAC/IMS
Período do Evento: 05 a 09 de Novembro de 2019.
Local: Universidad Católica Argentina em Buenos Aires
Resumo do artigo
A proposta do presente trabalho tem como base o estudo da obra do Padre José Mauricio Nunes Garcia (1767 – 1830) e o vínculo de sua produção com a música galante, através da identificação de esquemas ou schemata, isto é, ocorrências de estruturas harmônicas características do período galante. Por meio do estudo analítico, localizaremos e apresentaremos as ocorrências da schemata le-sol-fi-sol em quatro motetes a cappella escritos pelo compositor carioca para a ocasião da Semana Santa: Crux Fidelis, Felle Potus, Popule Meus e Judas mercator pessimus. Dentro do contexto em que essas schemata le-sol-fi-sol aparecem nestes motetes, elas estão sempre associadas às palavras do texto que remetem direta ou indiretamente à imagem da cruz ou ao ato da crucificação. Neste sentido, as composições, datadas cronologicamente como incipientes, estabelecem uma relação música–palavra que opera, segundo o ponto de vista da Semiótica de Peirce, no nível do ícone. Essas peças correspondem à primeira fase de composição dos motetes, isto é, entre 1789 e 1798, quando o uso frequente desse esquema se configura como um índice de significação. Na fase mais tardia dos motetos, em 1809, especificamente no moteto Judas mercator pessimus, a schemata le-sol-fi-sol ganha status de símbolo ao surgir não mais como uma representação literal das palavras do texto (word-painting), mas com o significado implícito da cruz associado à sua figura. Fundamentados nos princípios elementares peircianos, nosso objetivo neste trabalho é demonstrar a evolução da schemata le-sol-fi-sol de sua condição de ícone para os índices que a definem como um símbolo. Como resultado, a música, enquanto entidade autônoma em relação ao texto, passa a operar como um discurso crítico sobre o próprio texto. Este artigo está alinhado com as propostas do LAMUS – Laboratório de Musicologia da EACH, que produz uma linha de pesquisa envolvendo, entre outras atividades, análises das estruturas discursivas da obra de Padre José Mauricio Nunes Garcia fundamentadas por correntes teóricas na linha de significação musical no estilo galante.
PALAVRAS-CHAVE: Schemata Galante; José Maurício Nunes Garcia; Análise; Significação Musical.
Abraços e até a próxima coluna!
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