segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

O estilo musical de Jack Bruce - Parte 1

Olá, pessoal!

Nesta semana, apresento a primeira parte da coluna sobre o estilo musical de Jack Bruce (1943–2014).

Este artigo faz parte da minha coleção, que inclui diversos estudos sobre contrabaixo, teoria e análise musical.

Para conferir alguns dos trabalhos e artigos que publiquei, acessem o link:


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Jack Bruce

Matéria original publicada na Bass Player Brasil #34 de julho de 2014.

Jack Bruce, nascido em 14 de maio de 1943, em Bishopbriggs, Escócia, foi um renomado baixista, cantor, compositor e multi-instrumentista, amplamente reconhecido como um dos pioneiros na elevação do baixo elétrico ao status de instrumento solista no rock. Ele foi um dos membros fundadores do lendário power trio Cream, ao lado de Eric Clapton e Ginger Baker, grupo que definiu a era do rock psicodélico dos anos 1960.

Formado em violoncelo e composição pela Royal Scottish Academy of Music, Bruce desenvolveu uma abordagem única ao baixo, combinando técnica avançada com um senso melódico refinado, influenciado por gêneros como jazz, blues e música clássica. Sua habilidade de improvisação e seu estilo vocal expressivo contribuíram para sucessos icônicos do Cream, como Sunshine of Your Love, White Room e Crossroads.

Após a dissolução do Cream em 1968, Bruce manteve uma prolífica carreira solo, lançando álbuns notáveis como Songs for a Tailor (1969) e colaborando com artistas de diferentes gêneros, incluindo Frank Zappa, John McLaughlin e Carla Bley. Sua versatilidade musical permitiu-lhe explorar diversas vertentes, do rock progressivo ao jazz fusion.

Jack Bruce faleceu em 25 de outubro de 2014, em Suffolk, Inglaterra, devido a complicações de uma doença hepática. Seu legado permanece como uma referência fundamental no universo do contrabaixo elétrico, influenciando gerações de músicos e consolidando-o como um dos maiores baixistas da história.

Análise das Linhas de Baixo de Jack Bruce

Badge – Base do Solo – 1:38

Nesta base, Bruce utiliza variações das notas dos arpejos, além de aproximações cromáticas e da escala da tonalidade. Nos compassos 9 e 11, ele aplica a escala pentatônica de Ré menor sobre o acorde de Ré, onde a nota F atua como uma “blue note”, uma ideia amplamente explorada no blues.


Sunshine of Your Love – Base de Voz e Refrão – 0:17

As influências do blues estão presentes tanto na estrutura quanto na concepção da frase melódica, que é uma das mais emblemáticas da carreira do Cream. A frase foi construída com as escalas blues dos acordes de Ré menor e Sol menor.


I Feel Free – Refrão – 0:48

Nesta base, Bruce utiliza um padrão comum no rock, formado pelos intervalos de fundamental, quinta, sétima e oitava. Esse padrão é mais uma herança do blues.


No Surrender – Intro

A base é escrita com a pulsação na metade do tempo, facilitando a notação. Poderia ser indicada no tempo normal com a anotação “half-time feel” para expressar essa ideia. A frase explora principalmente as fundamentais de cada acorde, com o destaque rítmico sendo o segredo do trecho.


Strange Brew – Intro

A estrutura de Strange Brew reflete um blues de 12 compassos, com Bruce utilizando as notas da escala pentatônica menor sobre os acordes maiores, uma prática recorrente no blues.


Fiquem atentos na segunda e última parte da nosa coluna sobre o lendário baixista Jack Bruce que saíra no próximo mês.

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Bons estudos e até a próxima coluna!

Fernando Tavares utiliza cordas Giannini e cabos Datalink.

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